A Diabetes Mellitus é um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia, decorrente de deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos. A Diabetes é considerada uma doença crônica, cujo controle da sua evolução inclui o desenvolvimento de atividades de educação ao paciente e sua família para prevenir as complicações. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2020), uma pessoa com diabetes mal controlada, desenvolve mais complicações do que as bem controladas.1 Algumas complicações da Diabetes estão relacionadas à condições agudas (hipoglicemia, cetoacidose e síndrome hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica), e as complicações crônicas, microvasculares (retinopatia, nefropatia, neuropatia) e macrovasculares (doença arterial coronariana, arterial periférica e cerebrovascular).1 Desdobramento da DM em longo prazo incluem dois grandes grupos: arteriopatia e neuropatia responsável por doenças cardiovasculares e a microangiopatia, desencadeadora da retinopatia e da nefropatia. A neuropatia periférica é destacada como maior fator de risco para amputações, em estágio avançado leva a perda de sensibilidade protetora, está presente em mais de 50% de pessoas com DM e acima de 60 anos.2 As úlceras nos pés – mais conhecidas como pé diabético – e as amputações de extremidades são as de maior impacto socioeconômico e que afetam a qualidade de vida do paciente com diabetes.3 As atividades de educação para o controle da diabetes incluem informações sobre alimentação saudável, contagem de carboidratos, prática de exercícios físicos, identificação e tratamento da hipoglicemia, administração de insulina, insulinoterapia intensiva e o rastreamento de complicações. Os objetivos de controle glicêmico devem ser determinados individualmente, de acordo com a idade do paciente e a capacidade de identificar e tratar hipoglicemias.1 Estudo mostrou que a intervenção em atividade educativa em grupo e o telemonitoramento, com ligações telefônicas para discutir assuntos como o uso de medicamentos (orais, insulinas, manejo, armazenamento e técnica de aplicação), e a prática alimentar saudável, permitiram estimular e potencializar os cuidados de saúde das pessoas que vivem com a DM, de forma a atender as necessidades dessas pessoas, bem como, um viver melhor.4 Portanto, para o alcance do objetivo de controle glicêmico da DM, considera-se fundamental o envolvimento da família, pois atitudes pouco colaborativas não permitem o autocuidado acontecer, sendo a família é um fator influente na adoção de medidas de autocuidado.5 A partir do exposto, destaca-se a importância da Enfermagem envolver a família no controle glicêmico da pessoa com DM, a fim de diminuir as complicações agudas e crônicas ocasionadas pela Diabetes Mellitus.
1. Gonçalves, T., Amaral, K. M., Mosca, M., Schneiders, R. E., & Xavier, L. C. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. Disponível em: (https://www.diabetes.org.br/publico/images/pdf/Relatrio_Diabetes-Mellitus-Tipo-1_CP_51_2019.pdf)
2.Cuidados de Enfermagem em Diabetes Mellitus 2009, pg. 124
3. Pacientes com diabetes contam com investimentos e cuidados no SUS. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/noticia/10336
4. Duarte, CA, Berardinelli, LMM, Sabóia, VM, Santos, MLSC & Beretta, LL. (2020). Telemonitoring in nursing: contributions to the autonomy of people with type 2 diabetes mellitus. Research, Society and Development, 9(7): 1-22, e313973953, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i7.3953 1
5. TESTON, E.F; SALES, C.A.; MARCON, S.S.. Perspectivas de indivíduos com diabetes sobre autocuidado: contribuições para assistência. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro , v. 21, n. 2, e20170043, 2017 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452017000200214&lng=en&nrm=iso>